1. |
Coração
01:00
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Que nome se dá àquele que não tem coração?
Que é bom, não é cruel...
Mas que apenas não tem coração.
Viver, sem ver as chagas que o mundo carrega.
Temer, sem ver que a vida é cega.
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2. |
Opiácea
01:34
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Dê-me um remédio,
Ao menos um remédio que possa amenizar minha dor.
Você não pode sentir, nem saber
Que o simples fato de você existir,
De respirar e de ter uma vida,
Me machuca e me destrói a cada minuto.
É uma pena, que você não possa me ouvir
Dizer secretamente todas aquelas coisas.
Que está longe e não pode me ver
Simulando gestos débeis.
Ninguém sabe o quanto machuca.
Ainda, todos os dias.
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3. |
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Apunhalando incertezas por trás de todos os refúgios,
Mentiras pra si mesmas.
Dos restos das migalhas e dos rejeitos
eu fiz um rosto que eu tolerasse olhar no espelho.
Otimismo anterior, obviamente infundado...
Está piorando.
Lembrando das vidas desintegradas,
Deixando apenas suas sombras.
Limpo e pleno, imaginando corpos por dentro.
Olhei pro abismo e deus não estava lá.
Vivemos a vida sem nada,
Nascemos do vazio e voltamos ao vazio.
Não existe mais nada.
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4. |
Papel impresso
01:56
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A arrasar-me vida instintiva
Dissolve-se a vida materialista
Na mais oscilante desordem
Aos poucos e em prantos os sonhos de crianças que são esquecidos
Destruídos pela realidade
Vestígios estrangulados encontram a verdade
Libertar-se de um mundo detestável
Carregando o destino de criar um mundo semelhante
Voltar a ser tudo como era antes
Anos gastos sem objetivo
E tudo que fiz foi mastigar papel impresso.
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5. |
Rick Deckard
01:12
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Medo: primeiro sentimento a vir
Ao ver algo mais humano do que você
Que vem com o avanço da ciência
E sua caçada por uma espécie mais avançada.
Alguém precisa de alguém pra ter questões triviais a resolver
Ninguém precisa de ninguém pra ter a quem socorrer
Ter a frieza de matar aquilo que simula a vida
Um simulacro sem emoção
Um ser baseado em sua própria imagem
Com um estímulo de perfeição
Às vezes somos iguais
Vemos as coisas como intelectuais
Sem sentir com o peito a dor do silêncio.
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